A Taxa MDR (Merchant Discount Rate) pode parecer só mais um número no extrato do seu negócio, mas ela carrega uma história complexa de custos, riscos e decisões estratégicas. Se você atua como intermediador de pagamentos ou é responsável pelo crescimento financeiro de um negócio, entender o que realmente está por trás da MDR é fundamental para tomar decisões mais inteligentes — e, claro, mais rentáveis.
O que você você vai ver por aqui
O que é a Taxa MDR e como ela é calculada?
A Taxa MDR é a porcentagem do valor de uma venda com cartão que o estabelecimento paga para aceitar aquela transação. Só que essa taxa não vai para um único player: ela é dividida entre várias entidades que participam do processo.
A composição padrão da taxa MDR inclui:
- Taxa de intercâmbio bancária (~95%): definida pelo banco emissor com base no MCC (Merchant Category Code) do estabelecimento. Categorias com maior risco de fraude, como joalherias por exemplo, pagam mais.
- Taxa da bandeira (~5%): depende da bandeira (Visa, Mastercard, etc.) e do tipo de cartão (com cartões premium, como Black ou Infinite, tendo taxas mais elevadas).
- Taxa da sub-adquirência (quando existe): um camada a mais no processo que também cobra sua fatia, aumentando o custo final.
Mas aqui começa o jogo real. Porque sobre essas taxas — que já não são baixas — os adquirentes e sub-adquirentes ainda aplicam seus próprios markups.
E isso é só o começo. Ainda existem custos como antecipação de recebíveis, tarifas mensais e outros que encarecem ainda mais o que deveria ser “só uma venda com cartão”.
Markup do adquirente: quanto custa operar com um adquirente tradicional?
Os adquirentes, como Cielo, Rede, Getnet, Stone, entre outros, adicionam um markup sobre a taxa de intercâmbio e a taxa da bandeira. Isso significa que, mesmo que o custo base da transação seja 1,50%, o comerciante pode acabar pagando 2,10%, 2,30% ou até mais.
Exemplo prático (fonte: ANBIMA & Banco Central):
- Intercâmbio (Visa, crédito à vista): 1,25%
- Bandeira: 0,10%
- Markup do adquirente: 0,75%
- Total MDR final: 2,10%
Esse markup cobre custos operacionais, margem de lucro e risco da operação. Mas, na prática, muitas vezes falta transparência para o estabelecimento entender exatamente quanto está pagando pra quem.
Taxa do sub-adquirente: quando usar?
Quando o comerciante opera por meio de um sub-adquirente (como Pagar.me e Zoop), uma nova taxa entra na jogada: a margem da sub-adquirência.
Na prática:
- O sub-adquirente normalmente negocia taxas menores com os adquirentes (por volume), mas aplica sua própria margem, que pode ser de 0,30% a 1,00% ou mais, dependendo do risco, volume e modelo de negócio.
- Uma empresa pequena que opera via sub-adquirente pode pagar entre 3% a 4% de taxa MDR total, enquanto grandes varejistas que negociam direto com adquirentes pagam menos de 2%.
- O maior benefício nesse caso é a integração e operação facilitada, como é um modelo de processamento mais recente, as subs (como são conhecidas) costumam facilitar o processo de integração e o processamento das transações.
MCC e tipo de cartão: dois fatores que mexem na conta
O MCC (Merchant Category Code) é um dos principais drivers da taxa de intercâmbio. Ele define em qual categoria o estabelecimento está operando — e com isso, o risco, a rentabilidade e a taxa.
Exemplo prático (dados do Banco Central e Mastercard):
- Supermercado (MCC 5411): taxa de intercâmbio ~0,85%
- Joalheria (MCC 5094): taxa de intercâmbio ~2,35%
- Educação (MCC 8220): taxa de intercâmbio ~1,10%
E o tipo de cartão também pesa:
- Cartões Standard (crédito nacional): ~1,2% de intercâmbio
- Cartões Platinum/Black/Infinite: até 2,5%
- Cartões corporativos ou internacionais: podem ultrapassar 3%
Ou seja: duas lojas com o mesmo volume podem pagar MDRs totalmente diferentes, apenas por atuarem em segmentos distintos e aceitarem tipos de cartões com perfis de risco e benefícios diferentes.
Por que o pricing de cartão é tão complexo (e caro) no Brasil?
O mercado brasileiro de pagamentos é um dos mais sofisticados do mundo — e também um dos mais caros. E isso não é por acaso. Olha só a quantidade de variáveis que entram no cálculo final da MDR:
- Tipo de cartão: cartões internacionais, corporativos ou premium costumam ter taxas mais altas.
- Tokenização: para garantir segurança, os dados do cartão são convertidos em tokens — um processo operado por orquestradores, gateways ou adquirentes. Seguro, sim. Mas também com custos.
- Zero Dollar/Zero Out: validações que simulam uma transação de R$0 ajudam a evitar fraudes, mas também fazem parte da estrutura de custos.
- Custos invisíveis: compliance com regulações (como PCI e LGPD), infraestrutura, suporte técnico e a margem de lucro de cada provedor envolvido.
Além disso, o custo da fraude no Brasil é altíssimo — e ele acaba, direta ou indiretamente, repassado ao comerciante via taxa MDR ou chargebacks.
Como a Malga descomplica e reduz o custos das transações de cartões?
Na Malga, a gente acredita que entender o pricing é o primeiro passo para otimizar os custos das transações de cartões. Nosso modelo de orquestração de pagamentos permite:
- Escolher o provedor mais vantajoso para cada transação, dentro do painel e controlado pelo seu negócio.
- Ter mais opções de provedores e adquirentes, onde quem escolhe a rota da transação é você, olhando para as variáveis que importam para o seu negócio.
- Sua precificação deveria ser otimizada pro seu negócio. De nada adianta ter uma taxa MDR maravilhosa no Visa à vista, se o grosso do negócio é parcelado em Mastercard.
- Tokenizar com segurança, mantendo compliance e protegendo os dados do cliente.
- Evitar custos desnecessários com validações inteligentes e roteamento automatizado.
- Incentivar o uso de outros meios de pagamentos mais econômicos. Diversificar meios de pagamentos e oferecê-los aos clientes finais é uma ótima estratégia para otimizar custos.
- Saber pelo que está pagando dentro da sua área de pagamentos. Empresas são cobradas por autorizações sem saber e pagam por funcionalidades sem usar, como por exemplo o antifraude.
Tudo isso, é claro, com total visibilidade da taxa MDR e seus componentes. Afinal, só dá pra controlar o que você consegue medir — e a Malga entrega isso na sua mão, com dashboards e APIs em tempo real.
Quer saber se você está pagando demais nas suas transações?
A taxa MDR pode parecer algo único, mas na verdade é o resultado de um emaranhado de custos, margens e decisões que muitas vezes passam despercebidas. E no Brasil, onde o pricing de cartão é um dos mais complexos (e caros) do mundo, entender cada camada desse custo é mais do que importante — é estratégico.
Cada porcento conta. E quando falamos de operações que processam milhões em transações por mês, uma diferença de 0,2% na taxa MDR pode significar centenas de milhares de reais no ano.
Se você ainda está operando no escuro, aceitando taxas sem entender bem e com falta de visibilidade, pode estar abrindo mão da sua margem. E pior: pode estar perdendo a chance de tomar decisões baseadas em dados.
A boa notícia? Esse cenário pode (e deve) ser diferente. Com uma estrutura inteligente de orquestração, você consegue ter clareza sobre o que está pagando, para quem, e por quê — e mais do que isso: consegue agir sobre essa informação em tempo real. Quer saber como a Malga consegue te ajudar a otimizar seus custos?